terça-feira, 26 de agosto de 2025

Serestas e tragedias

 

SERESTAS E TRAGÉDIAS

 

Palhaço 1 -Minha vida, era um pal..

Palhaço 2 – Epa! Epa! Epa!  Parado aí! Olha o que você ta dizendo

Palhaço 1 – Posso cantar..!

Palhaço 2 – Cantar pode, mas, menos, menos...

Palhaço 1 – Minha vida, era um pal...

Palhaço 2 – Mas de novo, chega, respeia a plateia. É melhor virar o disco

Palhaço 1 – Se você me interromper de novo, ai, ai, ai , ai ai viu

Palhaço 2 -  ai ai ai, assim você me mata

Palhaço 1 -  Minha vida, era u,m pal   co  iluminado

Palhaço 2 -  Andava quase sempre todo cagado

Palhaço 1-  Ora  se te pego ( sai correndo atrás do outro que sai de cena(

Palhaço 1-  Agor posso cantar sossegado : “ Minha vida, era um pal Olhando pra os lados procurando opo outro) era um pal    co iluminado

Palhaço -2( botando a cara pra fora da coxia) Andava quase sempre todo cagado, com as calça arreada até o chão

Palhaço 1 – (Correndo até a coxia e trazendo o outro pela orelha)

 Palhaço 1- Agora chupetinha, você é quem  vai cantar  e sem gracinha, ta bom?

 Palhaço 2 – Ta bom ! Ta bom! T abom ! ai ai ai minha orelha

Palhaço 2  -  Sua via  era um pal..

Palhaço 1- Não é “ Sua  vida” é  minha vida seu zé roela

Palhaço 2 – Então foi isso mesmo que cantei,  “ sua vida  ora

Palhaço 2 -  Sua vida , era um pal   co iluminado, andava quase sempre todo cagado, com as calças arriada ate o chão

Palhaço 1 – Para  para para, pode parar Vamos canta junto então Chupetinha

 

Palhaço 1 e  2 – cantando

 

     

  Chão de Estrelas

   

 

           

       

 

Minha vida era um palco iluminado

Eu vivia vestido de dourado

Palhaço das perdidas ilusões

Cheio dos guizos falsos da alegria

Andei cantando a minha fantasia

Entre as palmas febris dos corações

 

Meu barracão no morro do Salgueiro

Tinha o cantar alegre de um viveiro

Foste a sonoridade que acabou

E hoje, quando do Sol, a claridade

Forra o meu barracão, sinto saudade

Da mulher pomba-rola que voou

 

Nossas roupas comuns dependuradas

Na corda, qual bandeiras agitadas

Pareciam um estranho festival

Festa dos nossos trapos coloridos

A mostrar que nos morros mal vestidos

É sempre feriado nacional

 

A porta do barraco era sem trinco

Mas a Lua, furando o nosso zinco

Salpicava de estrelas nosso chão

Tu pisavas nos astros, distraída

Sem saber que a ventura desta vida

É a cabrocha, o luar e o violão

 

                                               *******

Palhaço 1 -Ai que saudade. Desde crinça minha vida era um palco iluminado

Palhaço 2 -conta mais, conta mais, conta mais dp seu pal  co

Palhaço 1- A gente brincava de tydi, colinha de gude, soltar pipa, pega pega, pé na lata

Palhaço 2 – Pé de lata!  Av ! como é isso

Palhaço 1- Pé na lata chuptinha! Ta vendo aquela lata ali. Pega ela traz pra mim

Palhaço 2 ( pegando a lata)  Ta  aqui,. E agora;

Palhaço 1 –( fazendo um círculo no chão e botando a lata dentro)

 Palhaco 2 – Ué! Só isso? Não achei graça nenhuma

Palhaço 1-   Não!!! É assim olha! Eu pego a lata, jogo longe e saio correndo, você vai correndo pegar a lata, coloca no círculo e depois vai me procurar, então se você não me achar, eu venho de mansinho, sem que você me veja, chuto  a lata e grito:-. “Pé na lata , daí com isso salvo todo mundo que você já tinha pego( caso haja mais  crianças na brincadeira toas elas são salvas e você vai ter que nos procurar de novo.

 Palhaço 2 – Alguém ai da plateia quer brincar ?

Palhaço 1-  Ora, ora, ora, nos viemos aqui pra cantar ou pra conversar

Palhaço 2 – Tá bom, tá bom, ta bom...

 

 

                                       VELHO REALEJO

 

Naquele bairro afastado
Onde em criança vivias
A remoer melodias
De uma ternura sem par
Passava todas as tardes
Um realejo risonho
Passava como num sonho
Um realejo a cantar

Depois tu partiste
Ficou triste
A rua deserta
Na tarde fria e calma
Ouço ainda o realejo tocar

Ficou a saudade
Comigo a morar
Tu cantas alegre e o realejo
Parece que chora
Com pena de ti

 

                                                    *******

 

 

Palhaço 1 -Sabe amigo! Choro até hoje, bebo pra esquecer.
Palhaço 2-Eu já esqueço pra beber
Esqueci até dum.dinheiro que devia pra vc
Palhaço 1- mas eu não esqueçi não viu
Palhaço 2 -bebe mais um pouco e já. Já vc esquece...
Palhaço 1 - sabe chupetinha.quando eu lembro da margarida eu choro sabe. A gente táva indo tao bem
Palhaço  2-  já sei.veio um urubu e a margarida já era meu amigo..
Palhaço 1- Ela era TD pra mim, ele chegou, ciscou que ciscou, até que ela caiu na conversa dele
Palhaço 2 -chora meu amigo ,chora
( E cantando) " Aí Margarida meu amor, aí Margarida . Margarida meu amor.
Palhaço 1 - para chupetinha
Palhaço 2- conta aí, conta
Palhaço 1- vc sabe que sou poeta né, é que Poeta tem.a sina de morrer de amor
Tambem dou umas cacetada na música. E um dia qdo num karaoke eu cantava". Vá pro inferno com teu amor. Uma garota sentada bem na frente perto do palco jogou uma flor
Era a Margarida .Ah! Chupetinha! Era de plástico mas aquilo me tocou tanto que apaixonei e logo estávamos casados
Mas um dia chegou aquele galinha ciscando e ela fugiu com ele
Eu caí, perdi minha autoestima, queria morrer, mas daí lembrei que ela deixou - me um presente, minha filha. Uma boneca de carne que eu tinha que cuidar
Eu cuidei. Ela cresceu linda, uma flor, mas um dia qdo num outro karaoke eu cantava " Robocop Gay'" , Deus levou a minha filha
Daí eu me desesperei, chorei, fiquei na sarjeta e é por isso que me chamam " Ébrio,"

Ebrio

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas, vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham, como eu, seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam o meu tormento
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes confiava, sim!
E hoje, ao ver-me na miséria, tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste, este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo
,,,,""**"""""****

Palhaço 1 - chupetinha!
Palhaço 2  - olha só o meu lenço!( Torcendo um lenço exagerado vertendo muita água) Ai meu coração. Aí ai ai meu coração!
Palhaço 1- para de galopar em volta de mim meu amigo
Palhaço 2 - vem cá( puxando o outro pra ouvir as badaladas do seu coração(   trechinho de música instrumental romântica)
Palhaço1- Epa! epa!epa( empurran do o amigo) A plateia vai pensar  coisas de nós
Palhaço 2:-;Ah ! O amor é trágico mas o amor é lindo(. cantarolando um trechinho de música que exalta o amor)
Palhaço 1-chupetinha,vc conhece a história de Maurilio e Tadeu
Palhaço 2;-sei não , sei nao, sei não, conta ai: sento que lá vem história..
Palhaço 1-: Tadeu que amava Maurílio que amava Maurílio  mais que Tadeu
Tadeu era.mais velho, Maurílio era mais jovem . Tadeu era Poeta ,romântico. Maurílio era boêmio. Tadeu em versos exaltava seu amor por Maurílio

.
Maurílio gostava das noites,  baladas, orgias, chegava em casa sempre madrugada, muitas vezes embriagado
Tadeu passava noites solitária e frias. Maurílio chegava, mal conversava, dormia
Mas Tadeu o amava a tudo perdoava, manchas de batom camisa, cheiro de perfumes baratos
Até que um dia Tadeu resolveu resgatar seu amor da orgia
Começou a rodar a cidade de bar em bar, de bordel a bordel.
Até que o encontrou num bar de quinta categoria aos beijos com uma dama da noite qualquer
- Maurílio! Amor meu
Me traiste,,
Oh ! Dor pungente meu Deus
O meu coração sangra triste
E agora quem vai te trair sou eu

Maurilio amor ,não consigo
Trair te nem.posso, nem quero
Trair - me. Não iras ja mais
( E sacando um revólver do bolso) Aponta para Maurílio  e diz
-Agora sim, terei paz
(Faz menção de atirar no seu amado)
-Maurílio pra sempre eu vou te amar
( Desvia arma e atira em si próprio)
O corpo cai, a luz se apaga  termina o espetáculo

Ronda

De noite eu rondo a cidade
A lhe procurar, sem encontrarlll
No meio de olhares espio
Em todos os bares
Você, não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho, alegria me dá
Nele, você está
Ah se eu tivesse
Quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, essa busca é inútil
Eu não desistia
Porém com perfeita paciência
Sigo a te buscar
E hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Ou jogando bilhar
E nesse dia, então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida São João

Palhaço 2,( chorando, torce o lenco. E depois pega o balde que supostamente teria lagrimas(água) e joga na plateia ( papel picado)
Palhaço 1- Não chupetinha não faça isso
Palhaço 2- (após jogar o conteúdo do balde sai correndo de cena)
Palhaço 1- volta chupetinha, volta
( Dirigindo se a plateia)
-Quantas Rosa e tem na plateia.
Será que a.minha  Rosa está por aí!
Sabe , eu tive um grande amor chamado Rosa. Eu a  amava tanto, dava a vida por elas, mas ela me amou por um tempo e depois me deixou e por mais que eu amasse, ela indiferente preferiu fugir com o meu irmão
(Palhaço 2 entra no palco bailando com alguns botões de Rosa nos braços, oferta uma pro Palhaço 1 (que começa a cantar)e ele bailando enquanto o outro canta vai jogando as rosas vagarosamente na plateia

Modinha

Olho a rosa na janela
Sonho um sonho pequenino
Se eu pudesse ser menino
Eu roubava essa rosa
E ofertava todo prosa
À primeira namorada
E nesse pouco, quase nada
Eu dizia o meu amor
O meu amor
Olho o sol findando lento
Sonho um sonho de adulto
Minha voz na voz do vento
Indo em busca do teu vulto
E o meu verso em pedaços
Só querendo o teu perdão
Eu me perco nos teus passos
E me encontro na canção
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor
Ai, amor, eu vou morrer
Buscando o teu amor
Ai, amor, eu vou morrer, eu vou morrer
Buscando o teu amor
Aí amor eu vou morrer
Eu morrer de muito amor
*******
Palhaço 2- ( no final da canção palhaço 2: cai no chão lentamente)
( Foco de luz no palhaço 2 se apaga)
,
Palhaço 1- sabe amigo, é preciso saber cair e saber levantar. Sacode tudo aí e bola pra frente
Palhaço 2- (sacudindo a poeira e dando volta por cima)

Palhaço 1- É isso aí chupetinha. Quem é que nunca perdeu um grande amor né. Quem é que nunca chorou mesmo escondido por aquele sentimento que parecia não caber mais no peit

 

“ O amor não se escolhe

Simplesmente se apresenta

Nos preenche, alimenta

Noss razão ele tolhe

E nossos sonhos acolhe

É um querer imenso, belo

Pro paraíso um elo

Todo um mundo à parte

O amor é lima arte

Universo paralelo”

 

Mesmo assim a gente pode perder um dia

As vezes ele voa no s braços de um qualquer

 

A vezes segue seus passos na direção da eternidade

E a gente sofre, mas é preciso seguir a viagem. É preciso reunir força ´porque avida espera que sigamos com fé e coragem

 

Volta por cima (os dois cantam juntos)

 

Chorei

 Não procurei esconder

Todos riram, fingiram

Pena de mim, não precisava

Ali onde eu chorei

Qualquer um chorava

Dara volta por cima que eu dei

Quero ver quem dava

 

Um homem de moral

Não fica no chão

 Nem quer eu um qualquer

Lhe venha dar a mão

Reconhece a queda e não desanima

Levanta e sacode a poeira

 e da volta por cima

Levanta, sacode a poeira

 E da volta por cima

 

 

 

F I M

 

Faustino Poeta

19/07/2024-sexta-feira – 10h10

 

 

 

 

 

 

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